sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ocultismo, Magia e Feitiçaria.

Esse é um tema muito vasto e profundo para ser tratado em apenas um post, no entanto, vou (tentar) expor a parte básica, segundo o meu entendimento.

O mito da maçã envenenada
Quando se fala em magia, logo nos vem a mente Harry Potter, O Senhor dos Anéis, As Bruxas e seus caldeirões, etc.. Seres que fazem parte do imaginário coletivo. No entanto, bruxas e magos existem na realidade, eles estão distantes, em aparência e essência, dos personagens criados por Hollywood, são na verdade pessoas comuns, que trazem um conhecimento muito antigo, desconhecido (e muitas vezes desprezado, considerado obsoleto) pelos demais.

Porém, desprezado ou não, o fato é que todo mundo praticou ou pratica magia, até mesmo o cristão mais fanático pratica magia mental e participa, sem ter consciência, de ritos mágicos como a santa ceia/eucaristia. A magia não é e não precisa ser algo fantasioso, embora ela adquira, é verdade, contornos que beiram o reino da fantasia no mundo dos adeptos. Mas isso não o é sem motivo, o que me leva ao segundo ponto...

Os 4 mundos
Ocultismo. Existem muitas definições para essa palavra, inicialmente eu gosto de tirar dela o peso do sobrenatural e dizer simplesmente o óbvio: "é estudo das causas últimas, do oculto". Isso significa, a grosso modo falando, que por trás de todas as coisas na face da terra (e do universo) há uma essência, que gera uma ordem, uma forma pelas quais as coisas funcionam. Evidente que a ciência esclareceu muitíssimo a respeito daquilo que desconhecemos e ela própria não se opõe ao ocultismo, pois nenhuma de suas descobertas contestou o conhecimento ocultista em qualquer ponto que seja, pelo contrário, vide o fabuloso livro do prêmio nobel em física Fritjof Capra, entitulado "O Tao da Física".

O papel do ocultista é estudar e tentar alcançar essas causas últimas, muitos não são magos ou bruxos, no entanto todo mago é um ocultista. Sendo assim, temos a magia como uma forma de alcançar esse manancial secreto de forma (razoavelmente) rápida e segura. Não se trata de uma religião ou de uma crença, não é uma questão de fé nesse ou naquele deus, como fomos ensinados a compreender desde crianças. A palavra, a meu ver, que mais se aproxima, embora ainda distante, seria "técnica", pois embora o ocultismo não seja considerado uma ciência no sentido literal da palavra, ele funciona como uma.

Cabala 
Sendo assim, mui resumidamente, podemos dizer que a Magia é o estudo do oculto. Ela se divide hoje em  muito ramos, seja natural, cerimonial, etc. Esses por sua vez, se subdividem em N vertentes diferentes (thelema, R+C, wicca, umbanda, etc), porém, como eu gosto de dizer, "todos os caminhos levam a Roma", alguns mais rápidos, outros mais lentamente, no entanto tenhamos em mente que o mais importante é o caminho, trilhar algum, porque parado, é que não se chega lá.

Se a magia é o estudo do oculto, do que se trata a feitiçaria? Bem, aí o buraco é mais embaixo... Dentro da magia são praticados rituais, seu formato varia de escola para escola, mas é certo que todos os praticam, da alta magia a baixa. Pratica-se magia pra unir-se ao divino, pratica-se magia pra equilibrar energias, pratica-se magia por motivos variados e, claro, dentro de algumas escolas, pratica-se magia também pra conseguir isso ou aquilo objetivamente falando, porém, quando se está numa escola/ramo mágico, conseguir algum bem não é o propósito final e tal recurso só será utilizado caso (e de forma que) não haja prejuízo ao mago, pois há, acima de tudo, a preocupação com a parte espiritual e energética da pessoa, em teurgia traduzimos isso dizendo que "O que não te aproxima do Sagrado Anjo Guardião, te afasta" e isso posso dizer, sucintamente, que não é bom, nem o objetivo da magia em si.

A Roda do Ano
A feitiçaria seria (além de outras considerações mais técnicas, que não caberão nesse post) utilizar-se de recursos mágicos visando única e exclusivamente o "resultado" (geralmente material) em si. Note que aqui há uma diferença proposital entre "feitiço" e "feitiçaria". Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, pois em magia natural, por exemplo, existem feitiços para evolução espiritual e, dentro de um ramo sério, em caso de feitiços visando resultados materiais também há preocupação em não comprometer a pessoa. Em outras palavras, isso significa que fazer um "feitiço" dentro de determinado sistema não é o mesmo que ser feiticeiro. Complicado, não é? Porém, a grossissímo modo falando, essa é a base para determinar a cor da magia: branca, negra ou cinza.

Isso me leva a seguinte conclusão, se você pretende ser um mago, inicialmente, tire o glamour da coisa, você não dirá uma palavra mágica com a varinha na mão e todos os problemas desaparecerão, aliás, nem com varinha, nem com caldeirão, nem com o ritual mais elaborado do mundo... Você terá que estudar, e muito, para não confundir alhos com bugalhos e terá que praticar a saudável arte de filosofar, pois, como disse sabiamente Israel Regardie "Se você não controla a si próprio, como pretende controlar as forças da natureza?"


A verdadeira magia é praticada de dentro pra fora, corpo, alma, razão e espirito em ação homogênea, visando unir-se ao divino, e ai sim, nascerá a verdadeira vontade, pois, parafraseando Aleyster Crowley "Tu não tens o direito senão fazer a tua vontade. O amor é a lei, amor sob vontade"

Pax et Lux


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