Taro


O Tarô, oráculo dos mais famosos, tem suas origens na obscuridade, existem várias teorias a respeito, das mais rebuscadas, desde um legado dos atlantes a uma criação do Deus Thot; e algumas mais verossímeis, como uma criação medieval, porém, de fato, o primeiro tarô da qual se tem notícia comprovada é do século XIV, como o Visconti Sforza, produzido em 1440 na Itália.

O Tarô passou por inúmeras alterações desde então, inicialmente ele não continha numeração ou nominação, apenas a simbologia; o número de cartas também variava entre 37 e 97 cartas. O tarô tal qual como conhecemos hoje, com 78 cartas, foi padronizado no final do século XVI.

Existe uma infinidade de tarôs a disposição hoje em dia, dos clássicos, como o Marselha aos mais modernos e temáticos, como o Desperate Housewives, no entanto, todos eles mantêm sua simbologia e estrutura originais, caso contrário, não se trata de um tarô e sim de uma sibila (cartomancia).

Dividido entre 22 arcanos maiores e 56 menores, o tarô consegue compreender o mundo arquetípico, como também o mundo prático, tangível. Usando-se os dois grupos de arcanos, numa mesma jogada, o consulente pode obter informações do macro e micro cosmos simultaneamente, com uma grande riqueza de dados e uma altíssima precisão.

Provavelmente por conter, em si mesmo, a riqueza do mundo das emanações e também o da formação, o tarô se presta ao uso de ordens iniciáticas com maestria, tendo sido largamente associado à cabala ao longo do tempo, no entanto, ele não precisa de nenhuma associação para ser completo, pois, sozinho, ele desempenha brilhantemente a tarefa de responder desde questões consideradas triviais, até mesmo os grandes e profundos questionamentos do consulente.

Sou uma fã visceral desse oráculo, enquanto a cartomancia se mantém na esfera dos fatos consumáveis ou consumados, o tarô penetra as nuances, fala, em uma mesma questão, de todos os aspectos possíveis, mentais, emocionais, materiais e espirituais. É um olhar acróstico, multifacetado, que acaba por se tornar holístico, ou seja, olhando a coisa como um todo e, ao fragmentar, conduz ao todo, novamente.

Se a cartomancia nos traz a riqueza de detalhes factuais, o tarô por sua vez traz a riqueza de porquês, de inspirações, de motivações... Ele discorre sobre a origem da questão, ainda em fase embrionária, por onde anda e onde termina, mais ainda, ele fala daquilo que não estamos conseguindo enxergar em nós mesmos (e nos outros) nas questões levantadas, ele nos traz a sombra e através dela nos permite uma completa transformação.

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