A magia sempre esteve presente na vida humana, há resquícios
dela desde o paleolítico, passando pela Bíblia, a Torá, os Vedas e todas as
demais religiões que já existiram, assim como as que existem, em nosso mundo.
Ela pode ser definida de muitas maneiras, desde a grande
ciência até mesmo o charlatanismo e a ignorância, porém eu prefiro a definição
de Aleyster Crowley “Magia é a arte de provocar mudança de ocorrência em conformidade
com a vontade”.
Isso significa, no popular, fazer as coisas que você deseja
acontecerem, no entanto, quando Crowley se referia a “vontade”, nem de longe
ele está falando “faça o que te dá na cabeça” e é exatamente nesse ponto que
uma infinidade de pessoas se perdem, o charlatanismo avança e a ignorância
domina.
A verdadeira vontade, muitas vezes, é desconhecida pelo
homem, que na verdade se torna um joguete do embate entre suas necessidades
vitais/ instintivas e a sua sombra, o seu dark side, a qual ele tenta evitar ou
finge não existir. O resultado é: desejos de um homem que não sabe quem é e
onde pode chegar, não pode ser confundido com a verdadeira vontade, não o é,
nem de longe.
Se a magia é a arte de provocar mudanças no mundo físico de
acordo com nossa vontade, uma vontade dissonante, manifestada, não pode trazer
um bom resultado. Sempre existem
consequências. A magia não foge a regra, pois toda ação provoca uma reação e, na
maioria das vezes, as pessoas pensam que tais reações não virão ou, ainda, que
bastará uma série de “boas ações” pra ser “perdoado”, “pagar a conta” e, assim,
se livrar dos problemas... Não é assim, não existe escambo na magia, ou ainda,
de uma forma mais simples, como eu gosto de dizer a alguns clientes “não dá pra
plantar figo e querer colher jabuticabas” afinal, a semente não carregava a
promessa (DNA) da jabuticaba, isso é técnico, chega a ser óbvio.
Certa vez ouvi de um cliente (que estava utilizando magia de
forma perigosa) a afirmativa “Tua responsabilidade é do tamanho do seu teu
conhecimento”, concordo plenamente com ele, desde que a pessoa não use esse raciocínio
de forma inversa, algo como “se não sei como funciona, não posso ser penalizado”
porque em magia a coisa não funciona desse jeito, sabedor você ou não das consequências,
ela virá, tão certo como dois e dois são quatro.
Utilizei, na ocasião, um exemplo tolo, por exemplo, um bebê
mexe em uma tomada, ele sabe que ela pode dar choque? Não. Logo ele tem culpa?
Não. Mas ele toma o choque? Toma. É
justo? E desde quando eletricidade é
justa? É o tipo de raciocínio que não cabe numa questão como essa.
Magia se compara a isso, é uma força, cega, como a
eletricidade, ela pode ser usada pra te aquecer, pra iluminar a sua residência,
etc., mas se não souber como lidar com ela, ou contratar quem não saiba, ela
vai dar curto, queimar aparelhos e te dar dor de cabeça...
A Magia fará o mesmo por você, tenha em mente esse ponto,
quando for se aventurar nesses caminhos.