Cartomancia...

Uma das artes mais antigas, a de prever o futuro através das cartas de baralho.

Astrologia...

O conhecimento vindo do céu, a mãe de todas as “mancias”, oráculo de valor inestimável que liga os homens ao universo.

Tarô...

Arcanos e arquétipos da humanidade, a via que trás de dentro de nós a verdadeira luz, reflexo de nossas almas.

Magia...

A arte de transformar a realidade de acordo com nossa vontade... Que ela seja sábia, pois todos os desejos podem ser realizados.

Baralho Cigano...

O baralho francês de Marie Anne Adelaide Lenormand, originalmente conhecido como Petit Lenormand que percorreu o mundo como cigano.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Tarot Masters

A Tarot Masters se anunciou como o maior evento de Tarot do mundo: sete dias ininterruptos de estudos, contando com palestrantes internacionais de expressão no cenário mundial,  palestrantes nacionais reconhecidos por seu trabalho e também abrindo espaço à novas idéias através de nomes não tão conhecidos, mas que permitiram, sem dúvida alguma, uma nova e interessante visão sobre o que é o Tarot.

Pessoas da Tarot Masters
Se há uma coisa que posso concluir sobre o evento é que ele, definitivamente, não apresentou mais do mesmo. Ele inovou, não apenas no formato, mas no conteúdo, esse sim, indubitavelmente, o ponto forte da Tarot Masters que, a mim ao menos, parece ter sido grandioso o suficiente para inibir quaisquer aspectos negativos, que se tornaram pequenos diante do conhecimento exposto.

Pudemos ver o nosso bom e velho Tarot sob diversos ângulos: científico, ocultista, intuitivo, simbológico, astrológico, mitológico e cabalista. Some-se a isso tudo muita magia, através de rituais, músicas e danças variadas, como celta e cigana.

Palestrantes Internacionais
Os palestrantes internacionais nos trouxeram informação e conhecimento de difícil disponibilização no Brasil, Marcus Katz, por exemplo, nos presenteou com manuscritos de Aleister Crowley e da Golden Dawn, além de desenhos do momento da concepção do Tarot de Thot. Mary Greer nos brindou com tiragens formais da mesma ordem, além de demonstrar os mitos no naipe de copas, com José de Arimatéia, bem como  nos fez perceber, através do tarot de Wayte, a ligação entre o naipe de espadas e a maçonaria. Já Tali Goodwin nos trouxe material sobre o Petit Lenormand.

Palestrantes Nacionais
Os palestrantes nacionais, por sua vez, nos presentearam com novas tiragens e interpretações, como o tarot intuitivo e cabalístico (também ministrados pelos internacionais) e muito conhecimento através do Tarot Terapêutico. Trouxeram também a magia através do Tarot, assim como mitologia e astrologia.

Pode-se resumir, de forma muito superficial, pois é difícil falar de um evento full time de sete dias com um leque variado de assuntos em apenas um post, que a Tarot Masters não foi apenas um curso, foi uma vivência absolutamente ecumênica. Todas as visões e posturas tiveram sua oportunidade, todos os ângulos foram visitados de forma harmônica, todas conduziam ao mesmo ponto, o que no popular eu chamo de "Todos os caminhos levam a  Roma", uns dão mais voltas, outros menos, porém, o destino final é o mesmo.

Todos os Palestrantes
Dessa forma quero dizer que, sim, você pode ler tarot através da simbologia ou cabala, você pode ver os astros, os números, os mitos pagãos e cristãos, as ordens esotéricas, a ciência, etc, todos bailando nos arcanos. A grande questão, a meu ver, é: qual é o seu caminho? Qual toca o seu coração, sua mente e faz sentido pra você? Descubra, escolha e siga em frente.

Há espaço para todos no tarot, não há jeito melhor ou pior, apenas diferentes. Como as próprias lâminas não são boas ou más, elas possuem aspectos positivos e negativos, em qual deles iremos nos fixar?

Para mim, que sigo declaradamente a linha ocultista e cabalista, o segredo está no caminho do meio, equilíbrio, sempre.

Pax et Lux


*Imagens cedidas por Nivia Peggion

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Astrologia e Amor

Não raro, alguém me pergunta "touro combina com gêmeos?" Pra essa pergunta, só uma resposta: "Não, mas um taurino e um geminiano podem combinar!" e a pessoa fica me olhando com cara de "Hã? Acho que perdi alguma coisa".

Mapa Astral 
Humores a parte, o fato é que, como eu disse no último post, as pessoas não são apenas seus signos solares. É impossível definir um individuo, astrologicamente falando, baseando-se apenas no posicionamento do Sol, é preciso ver o mapa inteiro, com suas doze casas, seus oito planetas, duas luminárias, nodos, lilith, aspectos, movimentação, etc... Tudo isso apenas pra definir uma pessoa*, imagine então dar um veredicto sobre duas pessoas? Impossível de fazer apenas observando-se o Sol!

Tanto que, para isso, existe uma técnica astrológica, especifica, chamada sinastria. Onde dois mapas são analisados visando um relacionamento de qualquer natureza, comercial, familiar, social e, claro, o afetivo.
No entanto não é o objetivo desse post falar sobre sinastrias e sim explanar acerca de como definir, dentro de um mapa natal a vida afetiva de uma pessoa, em termos de possibilidades, facilidades e dificuldades.

Observando determinados pontos de um mapa, você pode compreender como a pessoa se emociona, o que ela gosta, qual o seu jeito de amar, aspectos sexuais e de personalidade, como ela vivencia seus romances e, claro, o que ela entende como um parceiro pra casamento e, ai entrando em previsão (que não abordarei agora), como as as coisas devem ocorrer. Lembrando sempre que nada é estático, tais potenciais, negativos e positivos, devem ser trabalhados pelo individuo, afim de que ele alcance os melhores resultados possíveis (ou não, depende dele, não do mapa).

Lembrando aos navegantes que irei apenas comentar os aspectos e características envolvendo a vida afetiva, pois tais planetas e casas possuem, evidentemente, outros significados.

Casas I, V e VII destacadas
Os planetas a serem observados são: Vênus e Marte, luminárias: Sol e Lua, Casas: VII, V e I. Além de observarmos os mesmos isoladamente, é preciso verificar as regências e aspectos feitos entre eles e demais planetas.

Ao observar planetas e luminárias, veremos suas dignidades e/ou debilidades; A casa em que caem e as  regências (naturais ou não); os signos com as quais foram investidos e os aspectos sofridos. Baseados no signos, ainda veremos sua natureza-mor, por assim dizer, através das triplicidades (ar, fogo, terra e água) e das quadruplicidades (cardinal, fixo e mutável).


Além disso, observaremos a Casa I (ascendente) que revela a personalidade da pessoa, o seu EU diante da sociedade, afinal são as personalidades que se relacionam no dia a dia; Casa V que nos fala de como a pessoa vive seus romances, suas distrações e alegrias (sem necessariamente haver compromisso) e Casa VII, ai sim estamos falando de compromisso e casamento, não mais de amor somente enquanto sentimento, mas sim de parceria e sociedade. 


Bem, podemos resumir agora os significados de cada planeta e luminária:
  • Vênus - Não há como falar de amor sem falar desse planeta. Seu posicionamento revela a forma como gostamos e amamos. Ele mostra como demonstramos nosso afeto, nossa energia afetiva;
  • Lua -  Embora o planeta anterior nos fale da forma que amamos, a Lua revela como realmente nos emocionamos, no intimo de nosso ser, a qualidade, estilo e modo como as emoções fluem para o individuo. A título de exemplo, em uma sinastria, um mal posicionamento das Vênus não é algo bom, porém, um mal posicionamento das Luas, pode se tornar um obstáculo quase intransponível;
  • Sol - Fala do interior, do verdadeiro caráter, o logos da pessoa, sendo ele a energia vital que movimenta todo o mapa, não pode ser desprezado, visto que ele, igualmente, impulsiona  a vida amorosa.
  • Marte - Revela a forma como expressamos e vivenciamos nossa sexualidade, mostra como e onde está nosso poder de "ação";
Evidente que outros planetas podem e devem ser verificados, sobretudo se eles fizerem aspectos com os acima e estiverem ou forem regentes das Casas I, V ou VII.

Vênus e o Cúpido
Talvez alguns, mais adiantados no assunto, se perguntem "E Mercúrio??", faz total sentido, afinal ele é o planeta da comunicação, porém, eu, particularmente, só o observo (numa análise afetivo-emocional, interior) caso ele esteja em alguma casa citada acima ou seja regente de uma delas e, ainda, caso faça algum aspecto com os planetas citados. Caso contrário, eu só analiso Mercúrio em uma sinastria, onde ele exerce um papel crucial.

Esse é apenas um breve esboço do como verificar a natureza afetiva de uma pessoa, como se pode observar, é muita coisa para levar em consideração além do signo solar, portanto esqueça o "Touro combina com Gêmeos?", porque com bons aspectos entre Marte e Vênus, Luas e ascendentes compatíveis.. Sim, um taurino(a) e um(a) geminiano(a) podem fazer um belo casal!!

Pax et Lux

*Para maiores informações sobre esse assunto sugiro ler o post "Sol, Lua e Ascendente"




sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ocultismo, Magia e Feitiçaria.

Esse é um tema muito vasto e profundo para ser tratado em apenas um post, no entanto, vou (tentar) expor a parte básica, segundo o meu entendimento.

O mito da maçã envenenada
Quando se fala em magia, logo nos vem a mente Harry Potter, O Senhor dos Anéis, As Bruxas e seus caldeirões, etc.. Seres que fazem parte do imaginário coletivo. No entanto, bruxas e magos existem na realidade, eles estão distantes, em aparência e essência, dos personagens criados por Hollywood, são na verdade pessoas comuns, que trazem um conhecimento muito antigo, desconhecido (e muitas vezes desprezado, considerado obsoleto) pelos demais.

Porém, desprezado ou não, o fato é que todo mundo praticou ou pratica magia, até mesmo o cristão mais fanático pratica magia mental e participa, sem ter consciência, de ritos mágicos como a santa ceia/eucaristia. A magia não é e não precisa ser algo fantasioso, embora ela adquira, é verdade, contornos que beiram o reino da fantasia no mundo dos adeptos. Mas isso não o é sem motivo, o que me leva ao segundo ponto...

Os 4 mundos
Ocultismo. Existem muitas definições para essa palavra, inicialmente eu gosto de tirar dela o peso do sobrenatural e dizer simplesmente o óbvio: "é estudo das causas últimas, do oculto". Isso significa, a grosso modo falando, que por trás de todas as coisas na face da terra (e do universo) há uma essência, que gera uma ordem, uma forma pelas quais as coisas funcionam. Evidente que a ciência esclareceu muitíssimo a respeito daquilo que desconhecemos e ela própria não se opõe ao ocultismo, pois nenhuma de suas descobertas contestou o conhecimento ocultista em qualquer ponto que seja, pelo contrário, vide o fabuloso livro do prêmio nobel em física Fritjof Capra, entitulado "O Tao da Física".

O papel do ocultista é estudar e tentar alcançar essas causas últimas, muitos não são magos ou bruxos, no entanto todo mago é um ocultista. Sendo assim, temos a magia como uma forma de alcançar esse manancial secreto de forma (razoavelmente) rápida e segura. Não se trata de uma religião ou de uma crença, não é uma questão de fé nesse ou naquele deus, como fomos ensinados a compreender desde crianças. A palavra, a meu ver, que mais se aproxima, embora ainda distante, seria "técnica", pois embora o ocultismo não seja considerado uma ciência no sentido literal da palavra, ele funciona como uma.

Cabala 
Sendo assim, mui resumidamente, podemos dizer que a Magia é o estudo do oculto. Ela se divide hoje em  muito ramos, seja natural, cerimonial, etc. Esses por sua vez, se subdividem em N vertentes diferentes (thelema, R+C, wicca, umbanda, etc), porém, como eu gosto de dizer, "todos os caminhos levam a Roma", alguns mais rápidos, outros mais lentamente, no entanto tenhamos em mente que o mais importante é o caminho, trilhar algum, porque parado, é que não se chega lá.

Se a magia é o estudo do oculto, do que se trata a feitiçaria? Bem, aí o buraco é mais embaixo... Dentro da magia são praticados rituais, seu formato varia de escola para escola, mas é certo que todos os praticam, da alta magia a baixa. Pratica-se magia pra unir-se ao divino, pratica-se magia pra equilibrar energias, pratica-se magia por motivos variados e, claro, dentro de algumas escolas, pratica-se magia também pra conseguir isso ou aquilo objetivamente falando, porém, quando se está numa escola/ramo mágico, conseguir algum bem não é o propósito final e tal recurso só será utilizado caso (e de forma que) não haja prejuízo ao mago, pois há, acima de tudo, a preocupação com a parte espiritual e energética da pessoa, em teurgia traduzimos isso dizendo que "O que não te aproxima do Sagrado Anjo Guardião, te afasta" e isso posso dizer, sucintamente, que não é bom, nem o objetivo da magia em si.

A Roda do Ano
A feitiçaria seria (além de outras considerações mais técnicas, que não caberão nesse post) utilizar-se de recursos mágicos visando única e exclusivamente o "resultado" (geralmente material) em si. Note que aqui há uma diferença proposital entre "feitiço" e "feitiçaria". Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, pois em magia natural, por exemplo, existem feitiços para evolução espiritual e, dentro de um ramo sério, em caso de feitiços visando resultados materiais também há preocupação em não comprometer a pessoa. Em outras palavras, isso significa que fazer um "feitiço" dentro de determinado sistema não é o mesmo que ser feiticeiro. Complicado, não é? Porém, a grossissímo modo falando, essa é a base para determinar a cor da magia: branca, negra ou cinza.

Isso me leva a seguinte conclusão, se você pretende ser um mago, inicialmente, tire o glamour da coisa, você não dirá uma palavra mágica com a varinha na mão e todos os problemas desaparecerão, aliás, nem com varinha, nem com caldeirão, nem com o ritual mais elaborado do mundo... Você terá que estudar, e muito, para não confundir alhos com bugalhos e terá que praticar a saudável arte de filosofar, pois, como disse sabiamente Israel Regardie "Se você não controla a si próprio, como pretende controlar as forças da natureza?"


A verdadeira magia é praticada de dentro pra fora, corpo, alma, razão e espirito em ação homogênea, visando unir-se ao divino, e ai sim, nascerá a verdadeira vontade, pois, parafraseando Aleyster Crowley "Tu não tens o direito senão fazer a tua vontade. O amor é a lei, amor sob vontade"

Pax et Lux


terça-feira, 29 de maio de 2012

Sol, Lua e Ascendente



É muito comum as pessoas acharem que são o seu signo solar, coisas como "Ah, sou assim porque meu signo é tal" são muito comuns. No entanto, isso não corresponde a verdade astrológica, somos mais que um signo, no caso o solar, nossa existência, nosso 'ser' é demonstrado através de nosso mapa completo, que possui 12 casas/signos, 02 luminárias (Sol e Lua) e 08 planetas, pois para a  astrologia, Plutão ainda é (e sempre será, amém!) considerado um planeta.

Tentemos então imaginar se, com  tantos itens para combinar, relacionar e avaliar, é possível dizer que uma pessoa é "só" leonina ou geminiana, em defeitos ou qualidades? Claro que não! Ela é muito mais que isso e somente o mapa astral dela pode revelar, em detalhes, o manancial de possibilidades que ela representa nessa existência.

No entanto, as pessoas podem obter muita informação de um simples ponto ignorado por muitos, que é o  tripé Sol, Lua e ascendente.

Muitas pessoas já se interessam pelo signo ascendente e, não raro, costumam dizer que em torno dos 30 anos deixam o signo solar de lado e assumem o signo ascendente quando, na verdade, isso tem mais a ver com o retorno de Saturno, que ocorre na mesma época, trazendo maturidade e, consequentemente, fazendo com que a pessoa adquira (mais) consciência das características do seu signo ascendente, passando a expressá-las de forma mais harmoniosa e coerente,  pois, na verdade, tais atributos sempre estiveram lá, talvez mal expressados e pouco compreendidos, mas sempre estiveram.

Combinemos os três itens do tripé, o que já não é fácil, e temos a "base" de uma pessoa:

  • O Sol corresponde  ao impulso da individualização, o Logos, aquilo que nos leva adiante, a energia criadora e força de vida. Ele representa seu espirito, quem você realmente é interiormente, o seu caráter, a sua essência. O signo em que está, indica como essa energia flui e a casa, por sua vez, indica aonde está dirigido o impulso primordial dessa existência, a área mais importante e de maior expressão para a pessoa.
  • O ascendente corresponde a seu corpo físico, desde sua constituição (baixo, magro, alto, gordo,etc) até a linguagem corporal. Corresponde também a sua personalidade, ou seja, como você se mostra aos outros, como você compõe e apresenta o seu "eu" (análoga e tolamente, algo como o signo solar sendo o conteúdo e o ascendente a embalagem), é sua identidade captada pelos outros nessa existência, é a sua máscara, no sentido positivo da palavra. O signo ascendente dirá como você é e como se mostra, a casa dele é sempre a primeira, ou seja, a afirmação do individuo, pois o mapa começa ali, na casa I, no 'eu sou'.
  • A Lua por sua vez, reina absoluta no campo das emoções, não apenas as românticas (assuntos de Vênus), mas suas emoções mais profundas, a maneira como lida com sentimentos de qualquer espécie, superficiais ou profundos, do flutuar de humor diante de pequenos problemas do cotidiano a grandes emoções diante de eventos graves e sazonais. A Lua num mapa representa ainda a maternidade, a mãe que tivemos e, nos mapas femininos, o tipo de mãe que seremos. Já nos masculinos,  representa a esposa que se busca. O signo lunar nos diz como nos emocionamos, como reagimos emocionalmente e a casa habitada pela Lua indica a área onde as emoções fluem com maior intensidade, onde tendemos a ser mais emotivos.

Evidente que isso é um apanhado genérico, as luminárias e o ascendente possuem muitas outras interpretações mais profundas, conforme a casa e signos em que caem e, sobretudo, os aspectos que recebem, mas ter ciência que o tripé Sol, Lua e Ascendente, correspondem, mui superficialmente falando, às palavras-chave: espirito, emoção e máscara, gera uma visão mais realista e complexa de uma pessoa.

Sendo assim, é equivocado crer que todos os arianos são agressivos, que todos os taurinos são teimosos e por ai vai... Os atributos do tripé se mesclam pra compor uma pessoa, juntamente (e além!) de todo o resto do mapa. Portanto, se quiser saber um pouco mais sobre você e os que te cercam, procure essas três informações, elas irão lhe dizer bastante a respeito do que deseja saber, pois são a estrutura principal do ser humano do ponto de vista astrológico.

Pax et Lux 





quarta-feira, 23 de maio de 2012

O Círculo dos Arcanos Maiores


Quando se fala em Tarô para as pessoas, logo lhes vem à cabeça os 22 arcanos maiores, alguns (e não são poucos) sequer tem noção da existência dos arcanos menores. De fato, não há jogo de tarô sem os arcanos maiores, embora possa existir sem os menores.

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Sendo assim, vamos partir dos arcanos 0 a XXI, do Louco ao Mundo. Particularmente, vejo a estrutura simbólica dos arcanos maiores em forma de círculo, como na foto ao lado. No topo, ápice do "círculo", está o Louco - Arcano Sem Número, é ele quem segue a rota do caminho do tarô, através de (e mesclando-se a) todos os outros arcanos, até o Mundo, onde finalmente volta a ser o Louco, e tudo começa mais uma vez.

Se excluirmos duas cartas, O Louco e Os Enamorados, arcanos 0 e VI, restam 20, que, se repararmos bem, se dividem em grupos de 5 - do Mago ao Hierofante; do Carro a Roda da Fortuna; do Pendurado a Torre; da Estrela ao Mundo. Cada um desses grupos tem características peculiares entre os arcanos que os compõem. Gosto muito da divisão de Nei Naiff, que os chama, respectivamente de Caminho da Vontade, Caminho do Prazer, Caminho da Dor e Caminho da Esperança (arcano XVII) e da Evolução (XVIII ao XXI).
  
As duas cartas deixadas de "fora", a meu ver, são as mais importantes dentro do tarô, pois marcam o momento em que "tudo acontece", o resto (com todo o respeito, apenas a título de ilustração didática) se torna meio consequência. Explico: sendo o Louco o momento mais glorioso da jornada, um total mundo de desejos, crenças, ações e possibilidades, o ponto inicial da jornada, antes mesmo do início, simplesmente no SER, tudo se torna crível E possível. Já os Enamorados por sua vez expressa à escolha, o momento em que toda a potencialidade do Louco é definida no "vai pra lá ou pra cá?"... Teremos a partir daí, os desdobramentos cabíveis, nossa escolha foi a mais correta? Seguimos pra determinado grupo de Arcanos. Erramos? Vamos pra outro e assim sucessivamente.

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Idealizei esta disposição em circulo, porque ela evidencia outros pontos interessantes, o primeiro e mais óbvio, é a oposição que se forma entre o Louco e o Enforcado, pois enquanto o Louco é liberdade e desprendimento, o Enforcado é prisão e apego. Podemos aqui fazer a alusão da ação versus inação, porém, aos olhos atentos, o arcano XII, embora limitado no mundo físico é absolutamente livre no mundo espiritual, porque escolheu sacrificar-se (escolha, que nos remete aos Enamorados, que por sua vez tem o potencial do Louco, lembram?), podemos então tecer outra consideração, a vida do Louco, externamente, efervesce, enquanto o mesmo processo ocorre de forma inversa no Enforcado, neste é a vida interior que está em ebulição. A própria simbologia do arcano XII no Rider Wayte revela isso, basta observar o halo que se forma em torno da cabeça da figura do Enforcado.

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Outra coisa interessante a ser observada nesta figura é o triângulo que se forma no eixo Louco - Enamorados - Estrela. O triângulo, forma geométrica que remete ao "divino", aos poderes que vem de cima, dispostos dessa forma evidenciam claramente a sequência mais "correta" (a título de ilustração e desconsiderando necessidades/momentos pessoais) a ser seguida no caminho do Tarô, ou seja, nasce a possibilidade no Louco, se faz a escolha correta nos Enamorados e, dessa forma, segue-se diretamente pra Estrela... Sem transitar pelos outros arcanos, sobretudo os não desejados do Caminho da Dor.

Sendo assim, o que temos? A centelha divina expressa no Louco, a transição/principio que se encaminha para o livre-arbítrio expresso nos Enamorados (sou sábio o suficiente? Aprendi a minha lição a respeito do tema o qual farei minha escolha?) e consequente resultado final positivo simbolizado na Estrela, plantamos o melhor e, sendo assim, colheremos os mais perfeito frutos.

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Mas, e se eu escolher errado? Ora, estamos num circulo, não há começo nem fim (apenas transições), milhares de rotas são possíveis e, se fizermos uma má escolha, encontraremos iluminação no Enforcado, aprenderemos sobre isso e seguiremos em frente, rumo a Estrela, ao Louco e aos Enamorados, mais uma vez.

É a Roda, que não pára de girar!


Pax Et Lux

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Cartomancia Italiana - Sibila Napoletane


Pratico cartomancia italiana há muitos anos, ganhei meu primeiro baralho aos nove anos de idade de minha mãe, também cartomante hereditária. Me lembro que minha casa vivia cheia de gente, tanto pra "ler a sorte", como nos referíamos ao ato de consultar o baralho, ou para "se benzer" com a minha avó, que possuía uma extensa gama de rezas para os mais diversos problemas, de quebranto e mal olhado a  cobreiro e bucho virado, as pessoas com aproximadamente quarenta anos, certamente se lembrarão de alguma vez, na infância, terem sido "benzidos". Gostaria de nesse ponto acrescentar que minha avó nunca cobrou um centavo por qualquer benzimento, pois, segundo ela, era um dom que deveria ser compartilhado gratuitamente.

No entanto, apesar de ter começado a aprender cartomancia ainda na infância, só comecei a realmente ler para os outros na adolescência, para as amigas e para mim mesma, questionando o baralho, evidentemente, sobre os garotos da escola. Titubeante no começo, mas adquirindo prática com as leituras, juntamente com a clientela já estabelecida da minha mãe, para eu me tornar cartomante profissional foi só uma questão de tempo.

No entanto, embora eu conserve a leitura tradicional da minha mãe como base, testada e experimentada pela família ao longo de muitos anos, ainda fui estudar as fontes desse tipo cartomancia e me deparei com muitos métodos, muitas culturas, vários sincretismos e assimilações que só fazem enriquecer a cartomancia napoletana. Então vamos a ela, propriamente dita.

O baralho Napoletane é um semi-espanhol, a informação histórica mais confiável é que ele tenha sido criado entre os séculos XVI a XVII, o que faz sentido, visto que minha tataravó desembarcou no Brasil em abril de 1892, ou seja, no século seguinte. Ele é uma sibila italiana com iconografia muito semelhante à baraja espanhola, porém, há algumas diferenças estruturais, no baralho Napoletane, você possui apenas as cartas de Às a Sete, assim como as da corte: Cavaleiro, Pajem e Reis, ou seja, nesses pontos, ele difere da baraja, que é completa, de Às a Reis e, ainda por cima, possui a figura da Rainha.

Aprender o Napoletane não exige de ninguém conhecimento prévio, pois ele não segue a sequência de interpretação estrutural e simbólica de outros oráculos, como por exemplo, o Tarô, um caso para ilustrar seria a série de Espadas que, nos arcanos menores do Tarô, nos remete ao elemento ar, ao racional, ao mental. Já nesse sistema de cartomancia italiana, as cartas do naipe de espadas na maioria das vezes não estabelecem nenhuma relação com o elemento ar ou ao ego, pelo contrário, algumas remetem ao elemento terra e outras a água. Em outras palavras isso significa que ele está mais próximo, para efeitos de ilustração, ao baralho cigano (que também é cartomancia!). Porém, igualmente, ele não segue a mesma linha da interpretação (até por utilizar uma numeração diferente em sua maioria), por exemplo: A carta 14 do baralho cigano - A Raposa, é um sete de paus, ela traduz esperteza, engodo, etc... O sete de paus, no Napoletane, mostra evento inesperado, uma surpresa, algo que vem do nada, ou seja, mostra apenas o evento, não o qualifica.

Esse é o ponto FORTE da cartomancia napoletana,ela não qualifica praticamente nada, ela apenas diz acontece ou não acontece, direta e objetivamente, sempre acrescentando dados (factuais) sobre o evento citado ou questionado. Eu o considero perfeito paras as pessoas (maioria, segundo minha experiência) que desejam saber se "vai ou não vai?" e, mais ainda "e como irá (ou não) na prática?". O nível de precisão dele é altíssimo, com detalhes inesperados que muitas vezes o cliente nos reporta espantados numa consulta futura e, não raro, eles entram em contato apenas pra dizer "Não é que foi mesmo do jeito que você disse?".

Não me perguntem a mágica, eu não saberia dizer, porque não há nada de ritualístico ou religioso no uso desse baralho, até pode haver no preparo do mesmo, mas jamais no uso, no "abrir cartas", é tudo muito simples, embaralhar, cortar e tirar segundo o método a ser utilizado, nada mais. Por esse motivo, eu tendo a acreditar que o Napoletane, assim como qualquer cartomancia, haja vista o baralho cigano, considerado como "o fofoqueiro" tem essa natureza devido a pertencer ao mundo da manifestação, da forma, do feminino, falando em um sentido mais esotérico, digamos que ele sua energia seja mais "lunar", mas, claro, isso se trata apenas de uma teoria pessoal, não comprovada.

Eu amo meu baralho. Aprendi com o passar do anos a utilizar outros oráculos, mas, confesso, em termos de  precisão a curto e médio prazo, ele é imbatível, seja pra mim ou para as pessoas que já o utilizaram comigo ou com a minha mãe, nas últimas décadas.


Pax et Lux

quinta-feira, 10 de maio de 2012

9° Convenção de Magos e Bruxos de Paranapiacaba - 2012

A nona edição dessa convenção foi de uma energia muito positiva! As pessoas que estiveram presentes sem dúvida puderam se beneficiar de um dos maiores atributos energéticos de Tânia Gori - Proprietária da Casa de Bruxa - e de toda a sua equipe, a alegria!

A pacata vila de Paranapiacaba, com seu ar europeu e fog londrino foi palco de um grande evento esotérico, onde as pessoas tiveram a oportunidade de conhecer diferentes formas de praticar a espiritualidade através de danças, oráculos, rituais e diversas palestras sobre os mais variados temas, de forma ecumênica e harmoniosa.

O tema abordado por mim foi magia, através da palestra "Ocultismo, Magia e Feitiçaria", uma pequena "pincelada" sobre as crenças e práticas mágicas praticadas no ocidente, assim como o que se poderia chamar de definições sobre tais tópicos dentro deste vasto assunto, que pra ser explorado devidamente, ponto a ponto, necessita de um bom tempo e dedicação, através de cursos, leituras e muita reflexão.

Tive a oportunidade de explicar aos presentes a diferença entre magia e feitiçaria, as cores que foram atribuídas ao ato mágico (branca, negra e cinza), expor a base na divisão entre esoterismo e exoterismo, mostrar a cabalá com sua respectiva analogia aos planetas, bem como o Caminho da Espada Flamejante e Caminho da Serpente, falar dos quatro elementos, das ordens esotéricas de ontem e hoje, das chaves oraculares, de sua linguagem simbólica, entre muitos outros pontos.

Além de palestrar, fiz atendimentos na simpática Casa Fox, ao lado de colegas ilustres e queridos como Carlos Karan, Drika Lopes, Danielle Conde entre muitos outros. Só tenho a agradecer, pois TODOS, sem exceção são de um alto astral incrível!!

A parte de atendimentos é sempre um ponto a parte, pois é simplesmente incrível o quanto você pode se conectar a uma pessoa (cliente), sem nunca tê-lo visto antes, através do oráculo praticado. Ver uma pessoa sair renovada depois de se consultar com você é sempre uma experiência incrível e extramente satisfatória, pois acredito que é pra isso que todo oraculista se prepara e estuda (e não é pouco!!), mostrar um ponto de luz para quem não consegue enxergar e, da melhor maneira possível, que ela siga sua luz com seus próprios pés, sem subterfúgios de qualquer espécie.

Enfim.....

Evento e experiência inesquecíveis o qual, com certeza, estarei presente em 2013, quando será comemorado uma década de convenção!!

Pax et Lux



sexta-feira, 4 de maio de 2012

Oráculos: SER ou ESTAR ??


Primeiro post do novo blog! Um início e, sendo assim, nada melhor que começar do (meu) principio básico a respeito de oráculos.

Como bem aprendi há muito tempo atrás com o meu professor tarô, Nei Naiff, existem dois tipos de oráculos, o do SER e o do ESTAR. O primeiro é de fora pra dentro, não leva em consideração o seu livre arbítrio, como a astrologia; o segundo é de dentro pra fora, leva em conta seu livre arbítrio, como o Tarô.

Muito bem, e o que o exposto acima significa? Significa basicamente que, nos oráculos de SER a sua vontade não conta, o que tem que acontecer irá acontecer. Já nos oráculos de ESTAR a sua vontade/decisão é determinante no que virá.

Talvez alguns perguntem “então se um oráculo de SER disser que vou perder meu emprego, irei perder? Não há nada a fazer?”. A resposta é um sonoro NÃO! Porque oráculo nenhum te sentencia a coisa alguma, ele sempre te dá opções. Por exemplo: um trânsito/progressão complicado de Saturno vai te trazer dificuldades, fato, agora o grau dessas dificuldades se será 2.X ou 7.X dependerá de muitos fatores, astrológicos, sem dúvida, e também em como você irá reagir ao tal trânsito. Ai, talvez, alguém pergunte “Ué? Mas você disse que minha vontade não contava em um oráculo de SER?!”. Respondo de novo, se considerarmos que sua vontade será a força geradora da sua ação, ela conta sim para o resultado final! Ela só não impede o problema de acontecer, porque ele foi sinalizado de fora pra dentro, agora como ele irá acabar, é outra história, afinal, não somos meros joguetes na mão do Universo... Como me disse um amigo, grande astrólogo, uma vez “Os planetas inclinam, mas não determinam”, e eu digo que isso vale para os dois lados, positivo e negativo.

O ponto chave dessa discussão toda é um só, a mais sábia utilização de um oráculo não é apenas saber o que vai acontecer e sim como melhor aproveitar o que irá acontecer, se apoiar nas tendências anunciadas, nadar a favor e não contra a maré. Se você está num exemplo como o citado acima, um trânsito problemático de Saturno, ou ainda com um belo arcano XVI – A Torre, fechando seu jogo, tem duas opções, assumir a posição de “danou-se!”, cruzar os braços e esperar o problema se materializar (e creia, ele vai!), ou pode agir de forma coerente com as tendências e, no mínimo, diminuir sensivelmente os efeitos negativos.

Isso ocorre com qualquer oráculo, a sentença é você quem dá, pois o resultado depende de uma só coisa, a sua ação. Nenhum planeta, arcano ou carta poderá substituir isso.

Pax et Lux